quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Carrinho de Rolimã

Você que é da década de 80, quando vê uma ladeira o que vem na lembrança?
Não sei na suas lembranças, mas na minha vem o Famoso carrinho de Rolimã.

O carrinho de rolimã, era um brinquedo criado por nós mesmo, só precisava de um serrote, martelo, alguns pregos, porcas, parafusos, tábuas (daquelas usada em construção) e rolimã (muito usado nos carros antigos “da época”,). Depois de algumas marteladas nos dedos, farpas, estava pronto seu carrinho.

O nosso carrinho era o melhor, alguns tinha até freio de mão “pedaço de madeira fixado na lateral com um prego para frear”, outros incrementada com uma almofada de casa, outros colocavam aerofólio e assim por diante, o que importava é que tínhamos que vencer a corrida da ladeira....

Depois de tudo pronto, era só escolher uma bola ladeira e deixar a gravidade fazer o serviço.
Não importava se o carrinho era de um menino ou menina, bom, na verdade era mais usado por meninos, mas também tinha aquelas meninas que se aventurava.....

Aliás, não tinha nada disso, na nossa época... meninos e meninas brincavam juntos sempre... ou, na maioria das vezes.

Bom, naquela época não precisava de capacetes, joelheiras ou cotoveleiras. Não ligávamos se tínhamos muitos arranhões, pernas, joelhos e cotovelos esfolados. Depois era só passar uma água e mertiolate (ardia pra caramba) e ficava tudo certo
Incrível!! Todo mundo sobrevivia.




Sobre Carrinho de Rolimã:

Carrinho de rolimã, carrinho de rolemã ou carrinho de rolamentos é o nome dado a um carrinho, geralmente construído de madeira e rolamentos de aço, feito por crianças para a disputa de corridas ladeira abaixo.
A construção de um carrinho geralmente é artesanal, isto é, feita com ferramentas simples tais como martelo e serrote. O carrinho pode conter três ou quatro rolimãs (rolamentos) (quase sempre usados, dispensados por mecânicas de automóveiss) e é constituído de um corpo de madeira com um eixo móvel na frente, utilizado para controlar o carrinho enquanto este desce pela rua. Alguns colocam um volante pregado no eixo através do prego o freio deve ser um pouco maior que a distância do carrinho até o chão. O freio deve ficar em posição diagonal, e para diminuir a velocidade deve puxar-se o pedaço de madeira para uma posição em que encoste no chão.


Surgimento no Brasil:


Não se sabe ao certo a história do mais radical dos brinquedos das crianças da década de 70 e 80 da região sudeste do Brasil. Pode-se dizer que os primeiros exemplares foram construidos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, no final da décadas de 60, começo da década de 70. Explica-se. O principal material, as rodas, eram rolamentos conseguidos em oficinas de manutenção de automóveis. As oficinas em questão davam manutenção aos carros daquela época, os Chevrolets Belair, os Fordões 50 51, os Pontiacs os Mercuries os Dogdes e os sofisticados Oldsmobiles, todos carros importados.


Os rolimãs bons para fazer os carrinhos vinham da transmissão carrões americanos. Mas também qualquer carro nacional também descartavam estas peças, e oficina para consertar as antigas latas velhas que zero Kilometro já apresentavam problemas com ruas esburacadas e falta de via apropriadas para o trafego de veículos.
O maior problema era conseguir as rolimãs, sem pagar nada, simplesmente pedindo e as vezes executando pequenos serviços das oficinas, na maioria das vezes de limpeza para obter o prêmio.


Engraçado que carrinho de rolimã era brinquedo dos meninos mais pobres ou com menos condições que não podiam ter uma biclicleta, mas tornou-se o pai, hoje avô dos brinquedos radicais no Brasil.

Os carrinhos de rolimã eram levados as ladeiras asfaltadas e que igualmente somente se popularizaram com a urbanização das cidades igualmente na época de 60 e 70, o que novamente confirma a época aproximada do surgimento deste brinquedo.

A Construção do carrinho:


Conseguindo o material industrializado mais difícil e importante, todo o resto era de fácil aquisição por qualquer “moleque” da época, ou seja, o “chassis” era madeiras utilizadas em construções para enchimento de colunas com largura entre 20 e 30 Cm, Estas medidas eram obtidas a serrote e não podia faltar o corte do bico, em forma de V para caracterizar a frente do carro. Para os eixos das rodas sarrafos de pinho também material de construção. A madeira era e facilmente encontrada em qualquer obra da rua. Já os pregos eram facilmente obtidos nas mesmas construções já citadas e nas feiras livres dos bairros, que também forneciam outros tipos de matérias de caixotes. Para personalizar as “ferraris” de cada construtor. Ainda faltavam duas coisas muito importantes: um parafuso de uns 15 cm com porca e arruelas e fazer um furo no bico do carrinho para montar o eixo da frente.
Para o parafuso, a solução foi lançar mão de meu estoque de fios de cobre acumulados em formato de bola e vendido junto ao ferro velho para a aquisição do parafuso, única coisa que não dava para improvisar muito. Para o furo, voltamos as construções do bairro, como não tínhamos furadeira, foi necessário improvisar o pedido de ajuda ao mestre de obras que atendia gentilmente a todos os “pilotos construtores do bairro”, pois sem esta ajuda era impossível fazer os furos sem danificar as madeiras conseguidas com tanto sacrifício. Uma semana de trabalho e o carrinho estava pronto.
Nos Estados Unidos da América existe um veículo semelhante chamado de Soapbox, que não usa rolamentos, mas rodas e uma estrutura mais complexa. Na Austrália existe o Billy Carts que é mais semelhante ao modelo brasileiro. A similaridade dos veículos é a ausência de sistemas de propulsão tais como motor ou engrenagens de força humana ou outras fontes de energia
Aperfeiçoamentos:

Rolamentos: Quanto maior menos aceleração e mais velocidade, quanto menor mais aceleração e menos velocidade.(relação com o raio do rolamento) geralmente essas corridas de carrinhos ocorrem em ruas de bom asfalto e pouco movimentadas, podem ocorrer também em parques onde situam-se locais (pistas) apropriadas.


Segurança: Revista com um pedaço retangular de borracha velha nos pontos onde há ligações feitas por ferro, por exemplo, a liga no eixo dianteiro com o chassis.


Freios de mão: Para uma frenagem realizada com menos força, você deve aumentar o espaço entre o ponto que segura o freio e o ponto onde você segura.ex: se entre o chão e o ponto do freio é 10 cm e entre a tua mão e o ponto do freio é 30 cm


Bom, este brinquedo não tinha diferenças sociais, tanto pobre, quanto rico brincavam com os carrinhos feitos pelas proprias mãos.

O carrinho de rolimã na verdade surgiu para aquelas pessoas que não tinha condições de comprar uma bicicleta (naquela época era muito caro), mas com o tempo as pessoas foram pegando gosto pelo tal carrinho.
Hoje existe até competições sérias, com premiação em valores altos R$....

Espero que um dia quando eu tiver um filho, poder brincar com ele, principalmente fazer junto com ele um carrinho de rolimã

Abraços

Wesley Paschoalini































9 comentários:

  1. Wesley
    Sou o fabricante do ROLLING CART (PRETO E AMARELO)foto acima.....marca M R M Gravity Cars.....
    Estou vendendo a maquina, e tambem fabrico outros modelos
    Entrar em contato: ruiloyos@hotmail.com

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  2. quanto custa o seu ROLLING CART PRETO E AMARELO

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  3. O guri vai ficar Doido quando o dele ficar pronto.

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  4. O guri vai ficar Doido quando o dele ficar pronto.

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  5. eu gostava de andar de carrinho de Rolemã,tenho cicatriz no ombro,

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  6. Queria ter o meu mais é muito caro nao
    Acho os materiais

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  7. Sou fabricante, se tiverem interesse tenho alguns anunciados
    https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-940922053-carrinho-de-rolim-e-lomba-formula-1-ferrari-_JM

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